O Relevo Brasileiro e suas características

Conheça as principais características do relevo brasileiro, além de dados e classificação.


Pico da Neblina: ponto mais alto do Brasil
Pico da Neblina: ponto mais alto do Brasil


Formação

 

O relevo do Brasil tem formação muito antiga de forma que suas atuais características são resultantes, principalmente, de processos de erosão provocados pela ação do vento e da chuva, bem como pela sucessão de ciclos climáticos em diferentes períodos geológicos. Ele não recebe mais a ação de terremotos e vulcões, como ocorreu há milhões de anos.



Classificações do relevo brasileiro


A primeira classificação do relevo brasileiro foi elaborada na década de 1940 pelo geógrafo Aroldo de Azevedo, que identificou 8 unidades de relevo. A classificação de Azevedo baseava-se, principalmente, nos aspectos topográficos do relevo. Dessa forma, o território brasileiro estaria dividido em planaltos, considerados como as áreas acidentadas com mais 200 metros de altitude, e planícies, áreas planas com altitudes inferiores a 200 metros.


No ano de 1958, essa classificação foi substituída pela tipologia do geógrafo Aziz Ab’Saber. Ab’Saber deixou de considerar a altitude como critério de classificação e passou a adotar os processos geomorfológicos para identificar os diferentes tipos de relevo. Para Ab’Saber os planaltos são as áreas onde prevalecem os processos de erosão, ou seja, de perda de sedimentos. As planícies, por sua vez, são as áreas onde prevalecem os processos de sedimentação, ou seja, deposição de sedimentos.  


Atualmente, a classificação de relevo utilizada é do ano de 1995, de autoria do geógrafo e pesquisador Jurandyr Ross, do Departamento de Geografia da USP (Universidade de São Paulo). A classificação de Ross utilizou os resultados obtidos pelo Radambrasil para aprimorar a classificação de Ab’Saber.


O Radambrasil foi um levantamento realizado entre os anos de 1970 e 1985, que fotografou o território brasileiro por meio de um sofisticado radar acoplado a um avião. Com base nas imagens do Radambrasil, Ross identificou um novo tipo de unidade de relevo presente no território brasileiro: as depressões e conseguiu elaborar uma classificação mais precisa, identificando 28 unidades de relevo no país.


Principais unidades de relevo do Brasil e suas características:



1. Planaltos


São superfícies elevadas com cumes nivelados devido ao processo de erosão e marcadas por escarpas. Nos planaltos o processo de erosão, ou seja, perda de sedimentos, é superior ao de acúmulo de sedimentos. Exemplos: Planaltos e Serras do Atlântico Leste-Sudeste, que engloba as regiões serranas do litoral do sudeste e sul do Brasil. A maior unidade de relevo do território é o Planalto Brasileiro com altura entre 305 e 915 metros.

Os principais planaltos brasileiros são: Planalto da Amazônia Oriental, Planalto Central Brasileiro, Planalto das Guianas, Planalto da Bacia do Parnaíba, Planalto Centro Sul de Minas e Planalto da Bacia do Paraná.


2. Planícies

São superfícies aplainadas onde o processo de deposição de sedimentos é superior ao de desgaste. Exemplos: Planície do Rio Amazonas, Planície Costeira e Planície do Pantanal.

 

Planície do Rio Amazonas
Foto de uma área da Planície do Rio Amazonas

 


3. Depressões


Na classificação de Ross, as depressões são consideradas como áreas de relevo aplainadas com altitude inferior ao seu entorno. No Brasil são encontradas apenas depressões relativas, ou seja, que apesar de apresentarem altitude inferior ao seu entorno, não estão localizadas abaixo do nível do mar. As depressões situadas abaixo do nível do mar são chamadas “depressões absolutas”. Exemplos: Depressão Cuiabana (no Mato Grosso) e a Depressão Amazônica.

As depressões existentes no relevo brasileiro são resultados de forte ação da erosão, que acontecem nas bordas de regiões compostas por rochas sedimentares.




Pontos Culminantes do Brasil (fonte: IBGE)

 

- Pico da Neblina: 2.995,30 metros (Serra do Imeri, Amazonas)

 

- Pico 31 de Março: 2.974,18 metros (Serra do Imeri, Amazonas)

 

- Pico da Bandeira: 2.891,32 metros (Serra do Caparaó, Minas Gerais/Espírito Santo).

 

- Pico Pedra da Mina: 2.798,06 metros (Serra da Mantiqueira, Minas Gerais/São Paulo).

 

- Pico das Agulhas Negras: 2.790,94 metros (Serra da Mantiqueira, Minas Gerais/Rio de Janeiro).

 

- Pico do Cristal: 2.769,05 metros (Serra do Caparaó, Minas Gerais).

 

- Monte Roraima: 2.734,05 metros (Serra de Pacaraima, na fronteira entre o Brasil, Guiana e Venezuela).

 

fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).


 

 

Mapa do Brasil Físico (Relevo)

 

Relevo brasileiro

Mapa das unidades de relevo do Brasil



Curiosidade:

 

Apenas 5% do território brasileiro possui elevação acima de 1.200 metros.

 

 

QUIZ

 

Qual unidade de relevo está presente na maior parte do território da Amazônia?

 






 

 

 

Saiba mais:

 

Acesse no link abaixo um completo mapa físico do Brasil (em formato PDF) elaborado pelo IBGE.

 

 


 

Última atualização: 13/07/2023

Por Jóyce Oliveira Leitão
Licenciada em Geografia (Universidade Estadual de Londrina - 2009), Bacharela em Geografia (USP - 2014) e Mestra em Geografia (Unicamp - 2017).




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Bibliografia Indicada

 

Relevo Brasileiro
Autor: Delfino, Pedro / Maciel, Emerita Sette N.
Editora: Del Rey



Fontes de referência do texto:

 

- OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino e ROSS, Jurandyr Luciano Sanches,. Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2014. 

 

- SENE, Eustáquio de, MOREIRA, João Carlos. Geografia – Projeto Múltiplo. São Paulo: Scipione, 2014. 


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