Arte na Pré-História
As primeiras obras de arte datam do período Paleolítico. Entre as obras mais antigas já encontradas estão pequenas estátuas humanas como, por exemplo, a Vênus de Willendorf (aproximadamente 25000 a.C.). Os mais conhecidos conjuntos de pinturas em cavernas (arte rupestre) estão em Altamira, na Espanha e datam de 30.000 a.C. a 12.000 a.C.; e em Lascaux, na França de 15.000 a.C. a 10.000 a.C. , onde se encontram pinturas rupestres de animais pré-históricos como: cavalos, bisões, rinocerontes. Estas pinturas indicam rituais pré-históricos ligados à caça. As imagens demonstram um naturalismo e evoluem da monocromia à policromia entre os anos de 15.000 a.C. a 9.000 a.C.
Arte Mesopotâmica
Na região entre os rios Tigre e Eufrates desenvolveu-se a civilização mesopotâmica. Nesta região, sumérios, babilônios, assírios, caldeus e outros povos desenvolveram uma arte que demonstra a religiosidade e o poder dos governantes. São touros alados, estatuetas de olhos circulares, relevos em paredes representando guerras e conquistas militares e animais e pictogramas representando fatos da realidade daqueles povos.
Arte do Egito Antigo
No Antigo Egito as obras de arte possuíam um possui forte caráter religioso e funerário. Essas características podem ser explicadas em função da crença que os egípcios tinham na vida após a morte. Há representações artísticas de deuses, faraós e animais explicadas por textos em escrita hieroglífica. As pinturas eram feitas nas paredes das pirâmides ou em papiros. Representavam o cotidiano da nobreza ou tratava de assuntos do cotidiano. Uma das características principais da arte egípcia é o desenho chapado, de perfil e sem perspectiva artística.
Arte na Grécia Antiga
A cultura e a arte minoica desenvolveram-se na ilha grega de Creta. Nas pinturas dos murais as cores diversificadas mostram-se fortes e vivas. Desenhos de touros, imagens abstratas, símbolos marinhos e animais ilustram a cerâmica.
O período clássico da arte grega é a época de maior expressão da arte grega. A natureza é retratada com equilíbrio e as formas aproximam-se da realidade. A perspectiva aparece de forma intensa nas pinturas gregas deste período. Nas esculturas de bronze e mármore, destacam-se a harmonia e a realidade. Os principais escultores são Mirón, Policleto, Fídias, Praxíteles. A arquitetura e a ornamentação de templos religiosos, como o Partenon, a acrópole de Atenas e o templo de Zeus na cidade de Olímpia mostram força e características expressivas.
No período helenístico, ocorre a fusão entre as artes grega e oriental. A arte grega assume aspectos da realidade, fruto do domínio persa. Nas esculturas verifica-se dramaticidade e as formas decorativas em excesso. Entre as obras mais representativas deste período estão: Vitória da Samotrácia, Vênus de Milo e o templo de Zeus, em na cidade de Pérgamo.
Templo de Zeus Olímpico: exemplo da arquitetura grega antiga. |
Arte Romana do Ocidente e do Oriente (Arte Bizantina)
Com forte influência dos etruscos, a arte romana antiga seguiu os modelos e elementos artísticos e culturais dos gregos e chega a "copiar" estátuas clássicas. É a época da construção de monumentos públicos em homenagem aos imperadores romanos. A pintura mural recorre ao efeito tridimensional. Os afrescos da cidade de Pompéia (soterrada pelo vulcão Vesúvio em I a.C.) são representativos deste período.
No Império Romano do Oriente (Império Bizantino) com capital em Constantinopla (antiga Bizâncio), aparece a arte bizantina, sob forte influência da Grécia. Podemos destacar as pinturas murais, os manuscritos, os ícones religiosos e os mosaicos de cores fortes e brilhantes, carregados de profundo caráter religioso.
Arte Renascentista: O Renascimento Cultural (séculos XV e XVI)
Os elementos artísticos da Antiguidade clássica voltam a servir de referência cultural e artística. O humanismo coloca o homem como centro do universo (antropocentrismo). São características desta época: uso da técnica de perspectiva, uso de conhecimentos científicos e matemáticos para reproduzir a natureza com fidelidade. Na pintura, novas técnicas passam a ser utilizadas: uso da tinta a óleo, por exemplo, buscava aumentar a ilusão de realidade.
A escultura renascentista é marcada pela expressividade e pelo naturalismo. A xilogravura passa a ser muito utilizada nesta época. Entre as pinturas destacam-se: O Casal Arnolfini, de Jan van Eyck; A Alegoria da Primavera, de Sandro Boticcelli; A Virgem dos Rochedos, Monalisa e A Última Ceia de Leonardo da Vinci; A Escola de Atenas, de Rafael Sanzio; o teto da Capela Sistina e a escultura Davi de Michelangelo Buonarotti.
Virgem dos Rochedos (1483-1486): obra renascentista de Leonardo da Vinci. |
Maneirismo (século XVI)
Ao romper com as referências clássicas de idealização da beleza, o maneirismo diferencia-se por suas imagens distorcidas e alongadas. A natureza é representada de forma distorcida e realista, sendo que as figuras bizarras aparecem com frequência. Obras mais importantes do maneirismo: O Juízo Final, de Michelangelo; A Crucificação, de Tintoretto; e O Enterro do Conde de Orgaz, de El Greco.
O Enterro do Conde de Orgaz (1588): obra maneirista de El Greco. |
Barroco: arte barroca (1600 a 1750)
A arte barroca destaca a cor e não o formato do desenho. As técnicas utilizadas dão um sentido de movimento ao desenho. Os efeitos de luz e sombra são utilizados constantemente como um recurso para dar vida e realidade à obra. Os temas que mais aparecem são: a paisagem, a natureza-morta e cenas da vida cotidiana.
Obras barrocas mais conhecidas: A Ceia em Emaús, de Caravaggio; A Descida da Cruz, de Peter Paul Rubens; A Ronda Noturna, de Rembrandt; O Êxtase de Santa Teresa, de Gian Lorenzo Bernini; As Meninas, de Diego Velásquez; e Vista de Delft, de Jan Vermeer.
Rococó (1730 a 1800)
O estilo rococó é marcado por pinturas com tons claros, com linhas curvas e arabescos. O estilo é bem decorativo e a sensualidade aparece em destaque. Os afrescos ganham importância e são utilizados na decoração de ambientes interiores.
Artistas mais importantes do rococó: Jean-Antoine Watteau, Giovanni Battista Tiepolo, François Boucher e Jean-Honoré Fragonard.
Neoclassicismo (1750 a 1820)
Novamente os elementos e valores da arte clássica (grega e romana) são resgatadas.. Há uma incidência maior do desenho e da linha sobre a cor. O heroísmo e o civismo são temas muito explorados neste período.
Principais obras: Perseu com a Cabeça da Medusa, de Antonio Canova; O Parnaso, de Anton Raphael Mengs; O Juramento dos Horácios e A Morte de Sócrates, de Jacques-Louis David; e A Banhista de Valpinçon, de Jean-Auguste-Dominique Ingres.
Romantismo nas artes plásticas (De 1790 a 1850)
Subjetividade e introspecção, sentimentos e sensações são características deste período. A literatura romântica, os elementos da natureza e o passado são retratados de forma intensa no romantismo. São representantes desta época o artista Francisco Goya y Lucientes. Algumas de suas principais pinturas são: A Família de Carlos IV, O Colosso e Os Fuzilamentos do Três de Maio de 1808. Outras obras românticas: A Balsa da Medusa, de Théodore Géricault; A Carroça de Feno, de John Constable; A Morte de Sardanapalo, de Eugène Delacroix; e O Combatente Téméraire, de Joseph William Turner.
Realismo (De 1848 a 1875)
O realismo destaca a realidade física através da objetividade científica e crua. Estas obras são inspiradas pela vida cotidiana e pela paisagem natural. Aparecem fortes críticas sociais e elementos do erotismo, provocando críticas dos setores conservadores da sociedade europeia do século XIX. Principais pinturas: Enterro em Ornans, de Gustave Courbet; Vagão de Terceira Classe, de Honoré Daumier; e Almoço na Relva, de Édouard Manet.
Impressionismo (De 1880 a 1900)
Através da luz e da cor os artistas do impressionismo buscam atingir a realidade. As obras são feitas ao ar livre para aproveitar a luz natural. Obras mais conhecidas: Impressão, Nascer do Sol, de Claude Monet, A Aula de Dança, de Edgar Degas; e O Almoço dos Remadores, de Auguste Renoir.
Pós-impressionismo
É o período marcado pelas experimentações individuais. Os artistas buscam a realidade e imitam a natureza, utilizando recursos de luz e cor. O cromatismo é muito utilizado. As cores mais intensas são exploradas por Vincent Van Gogh com pinceladas fortes e explosivas, como em Noite Estrelada. Henri de Toulouse-Lautrec usa a técnica da litogravura.
Fauvismo (duas primeiras décadas do século XX)
O fauvismo é um movimento de vanguarda na arte que floresceu na França aproximadamente de 1904 a 1908. É caracterizado por seu afastamento da representação tradicional de objetos físicos. Os artistas fauvistas são conhecidos por seu uso cru, vibrante e não naturalista da cor, aplicada em áreas amplas e planas, muitas vezes direto do tubo. Essas qualidades expressivas pretendiam transmitir a reação emocional do artista ao assunto, e não a realidade do próprio assunto. O termo "fauvismo" vem da palavra francesa "fauve", que significa "besta selvagem", uma frase humoristicamente concedida ao movimento pelo crítico de arte Louis Vauxcelles devido ao uso selvagem de cores e formas do grupo.
Duas figuras-chave do movimento fauvista foram Henri Matisse e André Derain, cujas obras encapsulam o espírito fauvista com ênfase na expressão individual, formas simplificadas e cores saturadas. Matisse, em particular, é considerado um dos líderes do movimento, com sua pintura "Mulher com chapéu" servindo como uma peça definidora do estilo fauvista. A "Ponte de Londres" de Derain também é um exemplo por excelência do fauvismo, marcado por sua paleta audaciosa e visão abstrata da cidade. Embora o movimento tenha durado relativamente pouco, sua influência foi profunda, abrindo caminho para novas explorações de cores e formas no desenvolvimento da arte do século XX, incluindo movimentos como o expressionismo e o cubismo.
Expressionismo (início do século XX)
Artistas plásticos de diferentes períodos são considerados precursores do expressionismo, entre eles Goya, Van Gogh, Gauguin e James Ensor. O expressionismo pode ser considerado como uma postura assumida em diversas formas de manifestação artística durante o século XX. Vários artistas desta trabalham nessa linha, sem ligar-se a movimentos ou a grupos. Podemos citar alguns: Edvard Munch, Emil Nolde, Amedeo Modigliani, Oskar Kokoschka, Egon Schiele, Chaim Soutine, Alberto Giacometti e Francis Bacon.
Cubismo (de 1908 a 1915)
Este estilo rompeu com os elementos artísticos tradicionais ao apresentar diversos pontos de vista em uma mesma obra de arte. As formas geométricas são utilizadas muitas vezes para representar figuras humanas. Recortes de jornais, revistas e fotos são recursos utilizados neste período. São obras representativas desta época: Les Demoiselles d'Avignon, de Pablo Picasso, e Casas em L'Estaque, de Georges Braque.
Dadaísmo (Décadas de 1910 a 1920)
Revolucionário, anárquico e anticapitalista, o dadaísmo, prega o absurdo, o sarcasmo, a sátira crítica e o uso de diversas linguagens, como pintura, poesia, escultura, fotografia e teatro. Destacam-se os artistas: Hugo Ball, Hans Arp, Francis Picabia, Marcel Duchamp, Max Ernst, Kurt Schwitters, George Grosz, Julius Evola e Man Ray.
Arte Surrealista (Década de 1920)
Os artistas exploram o inconsciente e as imagens que não são controladas pela razão. O surrealismo usa associações irreais, bizarras e provocativas. O rompimento com as noções tradicionais da perspectiva e da proporcionalidade resulta em imagens estranhas e fora da realidade.
Obras: Autorretrato com Sete Dedos, de Marc Chagall; O Carnaval do Arlequim, de Joan Miró; A Persistência da Memória, de Salvador Dalí; A Traição das Imagens, de René Magritte; e Uma Semana de Bondade, de Max Ernst, são algumas das obras mais representativas.
Pop Art (Década de 1950)
As histórias em quadrinhos e a mídia visual e impressa são os elementos de referência da pop art. Humor e crítica ao consumismo são constantes nas obras de pop art. Artistas mais conhecidos: Richard Hamilton, Allen Jones, Robert Rauschenberg, Jasper Johns, Andy Warhol, Roy Lichtenstein, Tom Wesselman, Jim Dine, David Hockney, Peter Blake e Claes Oldenburg.
Arte Conceitual (Década de 1960)
Textos, imagens e objetos são as referências artísticas deste tipo de arte. A obra deve ser valorizada por si só. Um dos meios preferidos dos artistas conceituais é a instalação, ou seja, um espaço de interação entre a obra e o espectador. Até mesmo a televisão e o vídeo são usados nas instalações. Destacam-se os seguintes artistas: Joseph Beuys, Joseph Kosuth, Daniel Buren, Sol Le-Witt (principal representante do Minimalismo) e Marcel Broodthaers, Nam June Paik, Vito Acconci, Bill Viola, Bruce Naumann, Gary Hill, Bruce Yonemoto e William Wegman.
Você sabia?
- Comemora-se em 12 de agosto de cada ano o Dia das Artes.
- Comemora-se em 8 de maio de cada ano o Dia do Artista Plástico.
PARABÉNS A TODOS OS ARTISTAS PLÁSTICOS |
Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).
Referências bibliográficas deste texto:
FARTHING, Stephen e CORK, Richard. Tudo sobre Arte. São Paulo: Editora Sextante, 2018.
HODGE, Susie. Breve História da Arte. São Paulo: Editora Gustavo Gili, 2018.