Arte Colonial Brasileira

A arte colonial brasileira apresentou como principal característica a temática religiosa, principalmente no Barroco.


São Francisco agonizante, obra de Mestre Ataíde: exemplo de pintura barroca brasileira.
São Francisco agonizante, obra de Mestre Ataíde: exemplo de pintura barroca brasileira.

 

História

 

Trata-se da arte produzida no Brasil entre os séculos XVI e XVII, enquanto o país permaneceu como colônia de Portugal (1500-1822).


Os primeiros artistas ativos no Brasil foram os padres jesuítas que vieram de Portugal para “civilizar” os índios. Eles assumiram um papel importante nesse processo, com seus muitos estabelecimentos missionários, as chamadas “reduções”, ensinando religião através da arte na forma de peças sagradas, música, estatuária e pintura.

 

Pintura colonial


No século XVII, a arte se distancia da igreja, e surgem pinturas retratando personalidades da época. Nesse mesmo século, em razão da invasão holandesa em Pernambuco, chegam ao país vários artistas, que retratam em suas pinturas a natureza brasileira.

 

As principais características da pintura colonial brasileira foram:

 

• A influência religiosa (cristã, católica) que originou a arte sacra.


• Uso do ouro, principalmente em molduras e retábulos.


• Grande influência da arte europeia.


• Indígenas, escravizados e pessoas das diversas camadas sociais do Brasil Colônia também foram retratos nas pinturas.

 

Pintura de um indígena sobre um cavalo segurando uma lança

Guerreiro Indígena a cavalo: obra de Debret

 

 

Arquitetura


A arquitetura, por sua vez, era bastante simples no início, com estruturas cobertas de palha e sustentadas por hastes de madeira. Com a evolução dos processos artísticos, os materiais passaram a variar de acordo com a localização geográfica, podendo ser madeira, pedra, cal ou barro batido. Um dos principais arquitetos brasileiros na época colonial foi o português Francisco de Frias da Mesquita (1578-1645), que projetou vários fortes e o plano da cidade de São Luís do Maranhão.



Escultura e música colonial


José de Anchieta foi o primeiro dramaturgo importante, e Agostinho de Jesus e Agostinho da Piedade produziram as primeiras esculturas conhecidas; Belchior Paulo, João Felipe Bettendorff, Ricardo do Pilar e alguns outros fizeram as primeiras pinturas, enquanto Francisco de Vaccas e Pedro da Fonseca começaram a organizar a vida musical da colônia.

Além dos gêneros de origem europeia, como a modinha, o fandango, a ópera e o minueto, o lundu ganha importância e se torna o primeiro gênero musical brasileiro. Já Basílio da Gama e Gregório de Matos foram os primeiros poetas seculares. Todos eles trabalharam sob a influência do Barroco, o estilo dominante no Brasil até o início do século XIX.

 

Igreja de São Francisco (Ouro Preto, MG), exemplo da arquitetura colonial brasileira.

Igreja de São Francisco (Ouro Preto, MG), exemplo da arquitetura colonial brasileira.

 

 

Arte barroca


Durante os séculos XVII e XVIII, a arte barroca floresceu com crescente riqueza e artesanato, principalmente na Bahia e ao longo da costa de Pernambuco, alcançando os mais altos níveis de originalidade em Minas Gerais, onde a corrida pelo ouro alimentou uma sociedade local rica e culta. Em Minas viviam os maiores artistas do barroco brasileiro: o pintor Manuel da Costa Ataíde (Mestre Ataíde) e o escultor e arquiteto Aleijadinho. Essa região também foi berço de uma escola protoneoclássica de música e literatura, com os compositores Lobo de Mesquita e Francisco Gomes da Rocha e os poetas Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa.

 

Cristo no Horto das Oliveiras, escultura de Aleijadinho

Cristo no Horto das Oliveiras: escultura de Aleijadinho, o principal escultor colonial do Brasil.

 

 

 



Atualizado em 16/06/2023

Artigo revisado por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).




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Bibliografia Indicada

 

Arte Colonial - Barroco e Rococó dos séculos XVI ao XVIII

Autor: Tirapeli, Percival

Editora: IBEP Nacional

 

Fonte de referência do artigo:

 

ZANINI, Walter (Coord.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Instituto Moreira Salles: Fundação Djalma Guimarães, 1983. v.2.


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