Getúlio Vargas: biografia e governo

Vargas foi um dos presidentes mais importantes da história brasileira. Governou o Brasil por 18 anos e seis meses.


Vargas: uma das figuras políticas mais importantes da História do Brasil
Vargas: uma das figuras políticas mais importantes da História do Brasil

 

Quem foi

 

Getúlio Vargas foi um dos políticos e presidentes mais conhecidos da história brasileira. Exerceu vários cargos públicos e políticos, inclusive sendo presidente do Brasil por dois períodos. Foi presidente do Brasil entre os anos de 1930 a 1945 (período conhecido como Era Vargas) e de 1951 a 1954, tendo sido o presidente que mais tempo governou o Brasil. Entrou para a histórica do Brasil por ter realizado várias mudanças econômicas e sociais, principalmente na área dos direitos trabalhistas.

 

Biografia resumida

 

Getúlio Dornelles Vargas nasceu em 19 de abril de 1882, na cidade de São Borja (Rio Grande do Sul). Seu pai foi um militar e político gaúcho chamado Manuel do Nascimento Vargas. Sua mãe se chamava Cândida Francisca Dornelles.

 

Getúlio teve uma educação formal que começou no Colégio Militar de Porto Alegre, onde ingressou em 1898, mas sua trajetória no ambiente militar foi breve, optando por seguir a carreira jurídica.

 

Em 1907, formou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Porto Alegre. Durante seus anos de estudante, Vargas já demonstrava interesse pela política, participando ativamente da vida acadêmica e dos debates estudantis. Após concluir seus estudos, ele iniciou sua carreira política e jurídica, trabalhando como promotor público antes de se dedicar integralmente à política.

 

Em 1909, Vargas foi eleito deputado estadual no Rio Grande do Sul.

 

Em 1913 foi reeleito deputado estadual (renunciou no mesmo ano).

 

Retornou à Assembleia Legislativa gaúcha em 1917.

 

Entre 1919 e 1921 exerceu o cargo de deputado estadual.

 

Entre 1924 e 1926 foi Deputado federal pelo Rio Grande do Sul.

 

Entre 1926 e 1927 foi Ministro da Fazenda no governo Washington Luís.

 

Entre 1928 e 1930, exerceu o cargo de Governador do Rio Grande do Sul.

 

De 1930 a 1945 foi Presidente da República do Brasil. Entre 1937 e 1945, instalou a fase de ditadura, período também conhecido como Estado Novo.

 

De 1951 a 1954 foi novamente Presidente do Brasil.

 

Vargas faleceu em 24 de agosto de 1954, aos 72 anos, na cidade do Rio de Janeiro. A causa da morte foi suicídio.

 

Revolução de 1930 e entrada no poder 

 

Getúlio Vargas assumiu o poder em 1930, após comandar a Revolução de 1930, que derrubou o governo de Washington Luís. Seus quinze anos de governo caracterizaram-se pelo nacionalismo e pelo populismo. Sob seu governo foi promulgada a Constituição de 1934. Por isso, o período de seu governo de 1934 a 1937 é conhecido como Governo Constitucional.



O Estado Novo

 

Em 1937, fechou o Congresso Nacional e instalou o Estado Novo, passando a governar com poderes ditatoriais. Sua forma de governo passou a ser centralizadora e controladora. Criou o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) para fiscalizar e censurar manifestações contrárias a seu governo.

 

Perseguiu opositores políticos, principalmente os partidários do comunismo. Enviou Olga Benário, esposa do líder comunista Luís Carlos Prestes, para a Alemanha nazista.



Principais realizações e características do primeiro governo Vargas:

 

Vargas criou a Justiça do Trabalho (1939), instituiu o salário mínimo e a Consolidação das Leis do Trabalho, também conhecida por CLT. Direitos trabalhistas como carteira profissional, semana de trabalho de 48 horas e férias remuneradas também são frutos de seu governo.

Getúlio Vargas investiu muito na área de infraestrutura do país, criando a Companhia Siderúrgica Nacional (1940), a Vale do Rio Doce (1942), e a Hidrelétrica do Vale do São Francisco (1945). Em 1938, criou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

 

Saiu do governo em 1945, após um golpe militar.



Segundo mandato

 

Em 1950 Vargas voltou ao poder através de eleições democráticas. Nesse mandato continuou com sua política nacionalista e criou a campanha do "Petróleo é Nosso", que resultaria na criação da Petrobras. 

 

Foto oficial de Getúlio Vargas do Segundo Mandato

Foto oficial de Getúlio Vargas (1951): início do segundo mandato presidencial.




Suicídio de Vargas

 

Em agosto de 1954, Vargas suicidou-se no Palácio do Catete com um tiro no peito. Deixou uma carta testamento com uma frase que entrou para a história: "Deixo a vida para entrar na história". Até hoje, o suicídio de Vargas gera polêmicas. O que sabemos é que seus últimos dias de governo foram marcados por forte pressão política por parte da imprensa e dos militares. Além disso, a situação econômica do país não era boa, fato que gerava muito descontentamento entre a população.

 

Conclusão

 

Embora tenha sido um ditador e tenha governado com medidas controladoras e populistas, Vargas foi um presidente cujo governo teve como uma de suas principais marcas o desenvolvimento do país. Além de criar obras de infraestrutura e desenvolver o parque industrial brasileiro, tomou medidas favoráveis aos trabalhadores, e foi justamente na área do trabalho que deixou sua marca registrada. Sua política econômica gerou muitos empregos no Brasil e suas medidas favoreceram, principalmente, os trabalhadores brasileiros.

 

Curiosidade:

 

Getúlio Vargas era formado em Direito, ou seja, além de político, era também advogado.

 

Getúlio Vargas desfilando, entre o povo de Vitória (ES), em 1951

Getúlio Vargas desfilando, entre o povo de Vitória (ES), em 1951 (fonte: Arquivo Nacional).

 

 

 



Atualizado em 26/02/2024

Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).




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Bibliografia Indicada

 

Brasil - de Getúlio a Castelo

Autor: Skidmore, Thomas E.

Editora: Companhia das Letras

 

Fontes de referência:

 

- PRADO JR., Caio. Formação do Brasil Contemporâneo. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.


- NAPOLITANO, Marcos. História do Brasil República – da queda da Monarquia ao fim do Estado Novo. São Paulo: Contexto, 2016.


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