Mitologia Romana

Na Roma Antiga, a mitologia exerceu um grande papel social e religioso.


Minerva: deusa da sabedoria e da guerra na mitologia romana.
Minerva: deusa da sabedoria e da guerra na mitologia romana.

 

Introdução

 

Embora a mitologia romana tenha absorvido e adaptado muitas divindades e mitos gregos, ela desenvolveu características e entidades únicas que definiram a cultura, os valores e as práticas religiosas romanas.

 

Esse fascinante mundo mitológico reflete os valores, as preocupações e até as aspirações políticas do povo romano. Através de seus deuses, deusas e criaturas míticas, a mitologia romana criou uma rica teia de contos, lendas e histórias interessantes.



Características da Mitologia Romana:


A mitologia romana frequentemente focava nos aspectos práticos do culto em vez das narrativas. Os romanos estavam mais preocupados com a execução correta do ritual e com a pacificação dos deuses do que com a mitologia como forma de contar histórias.


Os mitos muitas vezes incorporavam virtudes romanas como disciplina, força, lealdade e a importância de aderir às normas e estruturas sociais.


Muitos mitos romanos serviam para ligar a origem e a história de Roma aos deuses e heróis míticos, como a lenda de Rômulo e Remo, fundadores lendários da cidade.


À medida que Roma se expandia, a mitologia frequentemente era usada para endossar a autoridade do imperador e seu direito divino de governar.



Principais divindades da Mitologia Romana:


O panteão romano era liderado pela Tríade Capitolina: Júpiter (Zeus em grego), o rei dos deuses; Juno, a rainha dos deuses e deusa do casamento; e Minerva, deusa da sabedoria e da guerra. Outras divindades importantes incluíam:


Vênus: deusa do amor e da beleza.

Marte: deus da guerra e também guardião da agricultura.

Mercúrio: mensageiro dos deuses, deus do comércio, dos ladrões e das viagens.

Netuno: deus do mar.

Vulcano: deus do fogo, da metalurgia e dos ofícios.

Diana: deusa da caça, da lua e da natureza.

Baco: deus do vinho, da festividade e do êxtase.

Ceres: deusa da agricultura, dos grãos, da fertilidade e das relações maternais.

Plutão: deus do submundo.

Fama: divindade romana ligada a notoriedade e divulgação de notícias e mensagens importantes.



Estátuas de 3 divindades romanas sentadas
Tríade Capitolina: Júpiter (ao centro) com Juno e Minerva.



Principais seres e criaturas na Mitologia Romana:


Faunos: criaturas meio-humanas, meio-bodes associadas a florestas e campos.

Lares: deuses domésticos que protegiam a família e o lar.

Penates: deuses do armazém, ligados à prosperidade do lar.

Ninfas: divindades femininas menores associadas à natureza, frequentemente divididas em categorias como Náiades (ninfas da água), Dríades (ninfas das árvores) e Nereidas (ninfas do mar).

Harpías: espíritos alados, conhecidos por sua natureza vingativa, frequentemente retratados como pássaros com rostos de mulheres.

Sereias: criaturas que atraíam marinheiros para a sua perdição com sua música e vozes encantadoras.

Centauros: seres meio-humanos, meio-cavalos, conhecidos por seu comportamento selvagem e incivilizado.

Górgonas: mulheres monstruosas com cobras por cabelos, sendo Medusa a mais famosa.

Quimera: criatura cuspidora de fogo com corpo de leão, cabeça de cabra e cauda de serpente.

 

Pintura do ser mitológico fauno

Fauno, ser mitológico romano, tocando uma flauta de Pã.

 

 

O Mito da fundação de Roma: os gêmeos Rômulo e Remo

 

O mito da fundação de Roma, centrado nas figuras de Rômulo e Remo, é um marco histórico da mitologia romana e reflete os ideais de Roma e sua autopercepção como uma grande civilização. Segundo a lenda, os gêmeos Rômulo e Remo eram filhos de Reia Sílvia, uma vestal virgem, e Marte, o deus da guerra. O nascimento deles representava uma ameaça ao tio-avô deles, Amúlio, que tinha usurpado o trono de seu avô, Numitor. Temendo que crescessem e o derrubassem, Amúlio ordenou que os bebês fossem jogados no rio Tibre. No entanto, o deus do rio Tibre salvou-os e os levou em segurança.


Os gêmeos foram descobertos por uma loba, que, num ato notável de compaixão, os amamentou e cuidou deles em sua toca na base do monte Palatino. Mais tarde, eles foram encontrados e criados por um pastor e sua esposa. Rômulo e Remo cresceram fortes e com qualidades naturais de liderança, acabando por se envolver em uma disputa que revelou sua herança real. Ao saberem de sua origem, eles lideraram uma revolta contra Amúlio, restaurando seu avô Numitor ao trono de Alba Longa. Após esta vitória, decidiram estabelecer uma nova cidade.


No entanto, os irmãos logo entraram em desacordo sobre a localização e a liderança da nova cidade. Rômulo preferia o monte Palatino, enquanto Remo defendia o monte Aventino. Esse desacordo escalou para violência quando Remo zombou de Rômulo pulando sobre o muro que Rômulo havia construído ao redor de sua cidade escolhida. Num acesso de raiva, Rômulo matou Remo, um ato trágico que deixou Rômulo como o único fundador da nova cidade, que ele nomeou Roma. Segundo a tradição, Roma foi fundada em 21 de abril de 753 a.C. As ações de Rômulo, tanto sua determinação quanto sua capacidade de violência, foram vistas como indicativas do espírito romano, demonstrando as duras realidades do poder político e o destino de Roma em se tornar um grande império.

 

 

 


 


Publicado em 21/01/2024

Por Jefferson Evandro M. Ramos (historiador e professor de História)




Você também pode gostar de:


Temas Relacionados
Bibliografia Indicada

 

Referência do artigo:

 

Cavallari, Alessandro. Mitologia Romana: uma jornada através de deuses, heróis, mitos e rituais: reflexões sobre o legado imortal da Roma Antiga e seus reflexos contemporâneos. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2021.


Os textos deste site não podem ser reproduzidos sem autorização de seu autor.
Só é permitida a reprodução para fins de trabalhos escolares.



Copyright © 2004 - 2024 SuaPesquisa.com
Todos os direitos reservados.