Introdução
A Ditadura em Cuba teve início em 1961, dois anos após a Revolução Cubana, liderada por Fidel Castro, que ocorreu em 1 de janeiro de 1959, após a ocupação de Havana pelos revolucionários socialistas.
Até os dias de hoje (2019), a ditadura cubana já teve três governos: Fidel Castro (1961 a 2013), Raul Castro (2013 a 2018) e Miguel Díaz-Canel (2018 até o presente momento, 2023).
A ditadura cubana é a mais longa da América Latina. Das promessas de liberdade e oportunidades feitas pelos revolucionários (inclusive Fidel Castro) ao povo cubano, logo após a Revolução de 1959, quase nada se viu na ilha após a implantação da ditadura socialista.
Principais características da Ditadura Cubana:
• Existência de partido único, com ausência de eleições diretas para cargos executivos. A política é controlada pelo Partido Comunista Cubano.
• Inexistência de democracia.
• Organização do estado de acordo com o atrasado e ineficiente modelo marxista-leninista.
• Existência de censura e controle dos meios de comunicação (rádios, jornais e canais de TV) por parte do governo. Cuba é considerado, atualmente, um dos países de menor liberdade de imprensa do mundo. Em Cuba, existem apenas rádios, jornais e emissoras de TV estatais, que são usados para doutrinas e alienar o povo, através de notícias manipuladas e amplamente favoráveis ao governo cubano.
• Prisão de opositores políticos ou de pessoas consideradas ameaças ao regime ditatorial cubano. Atualmente, existem cerca de 70 mil presos políticos em Cuba, encarcerados em cerca de 200 presídios. Em Cuba, uma simples manifestação de rua, tão comum em países democráticos, pode resultar em prisão por vários anos.
• Execução (assassinato através de fuzilamento) de vários opositores políticos, principalmente no governo de Fidel Castro. Houve também, nesse período, relatos de torturas de opositores políticos do governo. Durante o governo ditatorial castrista, milhares de cubanos desapareceram. Em função de pressões internacionais, houve redução significativa nas execuções, a partir de 2003.
• Economia controlada pelo Estado.
• Defesa de ações contrárias a globalização econômica.
• Rígidas restrições à emigração. Um cubano não pode deixar a ilha para morar em outro país ou até mesmo viajar, caso não tenha uma autorização do governo. Por isso, muitos optam por fugas via oceano, que são perigosas e já fizeram várias vítimas fatais.
• Propagandas estatais que enaltecem o regime socialista cubano, alienando grande parte da população, que não pode desenvolver uma visão crítica da vida política, social, cultural e econômica do país.
• Existência de violação de direitos humanos, por parte do regime cubano.
• Educação caracterizada, principalmente, pela doutrinação marxista.
• Situação econômica precária de grande parte da população, que recebe salários extremamente baixos (média de US$ 25 por mês) de seu principal patrão: o próprio Estado. O governo cubano alega que parte dessa situação é culpa do embargo econômico dos EUA. Porém, a maioria dos economistas internacionais apontam o regime socialista, a economia fechada e a política antiliberal do país como as principais responsáveis pela pobreza cubana.
• Muitos cubanos já fugiram do país, e ainda fogem, em busca de melhores condições de vida. O principal destino destes refugiados são os Estados Unidos.
• Cuba, durante a Guerra Fria, foi extremamente dependente da ajuda econômica da União Soviética. Com o fim do socialismo no leste europeu e a desintegração da URSS, no início da década de 1990, Cuba passou a enfrentar sérias dificuldades econômicas.
• Atualmente, o governo cubano restringe o acesso à Internet (que é cara, lenta e existe em poucos locais) como forma de controlar a oposição.
Raul Castro: irmão de Fidel Castro, foi presidente de Cuba entre 2008 e 2018. |
Você sabia?
A votação em Cuba é legalmente voluntária, mas há pressão social para participar. As votações são secretas e os dias eleitorais são tipicamente caracterizados por uma atmosfera festiva, com os cidadãos encorajados a mostrar o seu apoio ao sistema.
Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).
GOTT, Richard. Cuba - uma nova história. São Paulo: Zahar, 2018.