Inglês de Sousa

Inglês de Sousa foi um escritor do naturalismo brasileiro.


Inglês de Sousa: importante escritor do Naturalismo no Brasil
Inglês de Sousa: importante escritor do Naturalismo no Brasil

 

Quem foi

 

Inglês de Sousa foi um jornalista, advogado, professor e escritor brasileiro do final do século XIX e início do XX. É considerado um importante escritor do movimento literário conhecido como Naturalismo, sendo seu introdutor no Brasil. Seus romances são lidos e valorizados até hoje.

 

Devido sua importância no campo da Literatura, fez parte da fundação da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira de número 28. Além das obras literárias, escreveu vários livros jurídicos.



Biografia resumida de Inglês de Sousa

 

Herculano Marcos Inglês de Sousa (nome completo) nasceu na cidade de Óbidos (Pará), em 28 de dezembro de 1853.

 

Nasceu numa tradicional família do Pará. Seu pai era um desembargador.

 

Após fazer o ensino básico, em escolas do Pará e Maranhão, foi para São Paulo estudar Direito. Formou-se na Faculdade do Largo de São Francisco, em 1876.

 

No começo de sua carreira como escritor, usou o pseudônimo de Luís Dolzani.

 

Em 1877, participou da publicação da Revista Nacional, que tratava de Ciências, Literatura e Artes.

 

Em 1878, trabalhou como secretário do Tribunal da Relação de São Paulo.

 

Integrante do Partido Liberal, entrou para a política e foi presidente nomeado das províncias (estados) de Sergipe (entre 1881 e 1882) e Espírito Santo (em 1882).

 

Em janeiro de 1897, foi nomeado tesoureiro da Academia Brasileira de Letras.

 

Após desempenhar os cargos públicos, foi morar no Rio de Janeiro, atuando como banqueiro, jornalista, advogado e professor de Direito. Também presidiu o Instituto dos Advogados Brasileiros.

 

Faleceu em 6 de setembro de 1918, aos 64 anos, na cidade do Rio de Janeiro.

 

Foto do escritor Inglês de Sousa

Foto do escritor naturalista Inglês de Sousa




Principais características do seu estilo literário:

 

• Um dos principais temas retratados por Inglês de Sousa, em seus romances, foi a vida do homem da Amazônia.

 

• Suas obras também são marcadas pelo regionalismo e pela valorização da natureza (principalmente da região amazônica).

 

• Presença de muitas cenas cotidianas, ligadas a vida simples.

 

• A descrição de ambientes e cenas, muitas vezes com detalhes, é também comum em suas obras.

 

• Como bom representante do Naturalismo, desenvolveu a ideia de que o homem é um fruto do meio em que vive e da hereditariedade. Os instintos humanos e valores sociais entram em conflito em seus romances.

 

• A narrativa de Inglês de Sousa é geralmente objetiva e direta. Opta por apresentar os eventos como eles são, deixando o leitor tirar suas próprias conclusões.

 

• Abordou, em algumas de suas obras, algumas lendas do folclore amazônico. Entre elas, podemos citar: lendas da cobra-grande, do pássaro acauã e do boto.



Principais obras de Inglês de Sousa:

 

- O cacaulista, 1876.

 

- História de um pescador, 1876.

 

- O coronel sangrado, 1877.

 

- O missionário, 1891.

 

- Contos amazônicos, 1893.

 

Capa do livro O Missionário de Inglês de Sousa

Capa do livro O Missionário: uma das principais obras de Inglês de Sousa

 

 

Trecho da obra Contos Amazônicos:

 

"Súbito, o clarão vivo de um relâmpago, rasgando o céu, mostrou ao caçador que se achava a pequena distância da vila, cujas casas, caiadas de branco, lhe apareceram numa visão efêmera. Mas pareceu-lhe que errara de novo o caminho, pois não vira a sua casinha abençoada, que devia ser a primeira a avistar. Com poucos passos mais, achou-se numa rua, mas não era a sua. Parou e pôs o ouvido à escuta, abrindo também os olhos para não perder a orientação de um novo relâmpago.


Nenhuma voz humana se fazia ouvir em toda a vila; nenhuma luz se via; nada que indicasse a existência de um ser vivente em toda a redondeza. Faro parecia morta.


Trovões furibundos começaram a atroar os ares. Relâmpagos amiudavam-se, inundando de luz rápida e viva as matas e os grupos de habitações, que logo depois ficavam mais sombrios.


Raios caíram com fragor enorme, prostrando cedros grandes, velhos de cem anos. O capitão Jerônimo não podia mais dar um passo, nem já sabia onde estava. Mas tudo isso não era nada. Do fundo do rio, das profundezas da lagoa formada pelo Nhamundá, levantava-se um ruído que foi crescendo, crescendo e se tomou um clamor horrível, insano, uma voz sem nome que dominava todos os ruídos da tempestade. Era um clamor só comparável ao brado imenso que hão de soltar os condenados no dia do Juízo Final."

 

 

 



Artigo publicado em 05/11/2019 e atualizado em 06/07/2023
Por Elaine Barbosa de Souza

Graduada em Letras (Português e Inglês) pela FMU (2002).




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Bibliografia Indicada

 

O Realismo, o Naturalismo e o Parnasianismo

Autor: Carpeaux, Otto Maria

Editora: Leya Casa da Palavra

 

Fonte de referência:

 

JOSEF, Bella, Inglês de Sousa, Textos Escolhidos, série Nossos Clássicos, Livraria Agir Editora, Rio de Janeiro, 1963.


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