Independência da América Espanhola

As colônias espanholas na América começaram a se tornar independentes no começo do século XIX. Em vários países ocorreram guerras contra a Espanha.


Batalha de Tampico durante a Independência da América Espanhola
Batalha de Tampico durante a Independência da América Espanhola



Os antecedentes históricos



A partir do século XVI, a Espanha colonizou várias regiões da América. O sistema de colonização espanhola baseado na exploração dos recursos naturais e minerais das áreas dominadas. Os povos americanos pré-colombianos (incas, astecas, maias e outros nativos) foram dominados, perderam suas terras e tiveram que seguir a cultura imposta pelos espanhóis. Estes povos nativos também tiveram que trabalhar de forma forçada para os colonizadores da Espanha.



A administração implantada pela Espanha nas colônias americanas era totalmente controlada pela metrópole e tinha por objetivo principal a obtenção de riquezas. As leis e suas aplicações eram definidas pela coroa espanhola e, portanto, serviam aos seus interesses políticos e econômicos. 



No campo econômico, o controle da metrópole sobre as colônias americanas era rígido. Os colonos só podiam comprar e vender produtos da Espanha. Esta espécie de pacto colonial era altamente desfavorável aos colonos americanos, pois acabam sempre vendendo a preços baixos e comprando a preços altos, gerando grandes lucros aos espanhóis.



As lutas pela Independência da América Espanhola



Diante da exploração e injustiças adotas pela Espanha na América, a partir do século XVIII começa a brotar um movimento de resistência nas colônias, liderado pelos criollos. Estes eram filhos de espanhóis nascidos na América. Além dos laços culturais que tinham com o continente americano, viam na independência uma forma de obtenção de poder político. Muitos destes criollos eram comerciantes e, através da independência, poderiam obter liberdade para seus negócios, aumentando assim seus lucros. Vale lembrar também que muitos criollos estudaram na Europa, onde tomaram contato com os ideais de liberdade propagados pelos iluministas.



No século XVIII, várias revoltas emancipacionistas ocorreram em diversas colônias americanas, lideradas em sua maioria pelos criollos. Porém, todas elas foram reprimidas com força e violência pela Espanha.



Processo de independência e suas principais características:



O processo de independência ganhou força no começo do século XIX, aproveitando a fragilidade política em que se encontrava a Espanha, após a invasão das tropas napoleônicas. As lutas pela independência ocorreram entre os anos de 1810 e 1833.



Vale ressaltar que o grau de insatisfação e revolta da população americana com o domínio espanhol havia atingido o ponto máximo no começo do século XIX. Foi nesta época também que os criollos conseguiram organizar movimentos emancipacionistas em todos os vice-reinos.



Ao contrário do que aconteceu no Brasil, o processo de independência das colônias espanholas foi violento, pois houve resistência militar por parte da Espanha. As guerras de independência geraram milhares de mortes de ambos os lados.



Os movimentos de independência, embora liderados pelos criollos, contou com a participação de negros, mestiços, brancos das camadas mais pobres e até mesmo de indígenas.



As colônias estavam divididas administrativamente em quatro vice-reinos (Nova Granada, Nova Espanha, Rio da Prata e Peru) e quatro capitanias-gerais (Chile, Venezuela, Guatemala e Cuba). Após o processo de independência, estes vice-reinos foram divididos e tornaram-se países. O vice-reino do Rio da Prata, por exemplo, transformou-se, após ser dividido, nos atuais: Paraguai, Argentina, Bolívia e Uruguai.



Enquanto o Brasil seguiu o sistema monárquico após sua independência em 1822, os países que se formaram com a independência das colônias espanholas adoram a República.

 

Pintura do libertador José de San Martín

José de San Martín (1778-1850): general argentino que atuou nos processos de independência da Argentina, Chile e Peru.




Anos da independência dos principais países da América Espanhola:



- México: 1821

- Peru: 1821

- Argentina: 1816

- Paraguai: 1811

- Uruguai: 1815

- Venezuela: 1811

- Bolívia: 1825

- Colômbia: 1811

- Equador: 1811

- Chile: 1818



Principais líderes


Os principais líderes das lutas pela independência nos países da América Espanhola foram Simón Bolivar e San Martín.

 

Simón Bolivar: militar e político venezuelano, foi de fundamental importância nos processos de independência da Colômbia, Bolívia, Equador, Venezuela, Panamá e Peru. Ganhou em 1813, na Venezuela, o título honorífico de Libertador.

 

José de San Martín: general argentino, foi decisivo nos processos de independência da Argentina, Chile e Peru.

 

Retrato pintado de um homem branco de cabelos negros usando uma vestimenta militar

Simón Bolivar: um dos principais nomes do processo de emancipação da América Espanhola.





Principais consequências:



- Ascensão política dos criollos nas ex-colônias;

 

- Conquista da liberdade econômica, que favoreceu financeira e politicamente a aristocracia;

 

- Criação de dependência econômica com relação à Inglaterra, maior potência mercantil do século XIX;

 

- Infelizmente, a independência política não significou a diminuição das desigualdades e injustiças sociais nas ex-colônias espanholas. A pobreza e miséria continuaram como realidade para grande parte da população;

 

- Instalação do sistema republicano em que, através das eleições, as elites se perpetuavam no poder.

 

Pintura da Batalha de San Lorenzo durante a Independência da Argentina

Batalha de San Lorenzo em 1813: argentinos contra os espanhóis. Foi um dos principais momentos no processo de Independência da Argentina.

 

 

 


Atualizado em 05/04/2023

Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).




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Bibliografia Indicada


As independências na América Latina (coleção Tudo é História)
Autor: Pomer, Leon
Editora: Brasiliense

 

Fontes de pesquisa consultadas para a elaboração do texto:

 

- CAMPOS, Raymundo. Estudos de História Moderna e Contemporânea. São Paulo: Editora Atual, 1988.

 

- MORAES, José Geraldo Vinci. História Geral e do Brasil. São Paulo: Saraiva, 2010.


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