História dos Maias

Os maias foram um povo pré-colombiano que habitou a América Central e Sul do México.


Calendário Maia: exemplo da cultura maia
Calendário Maia: exemplo da cultura maia

 

Localização e período histórico


A civilização maia habitou a região das florestas tropicais das atuais Guatemala, Honduras e Península de Yucatán (sul do atual México). Este povo nestas regiões entre os séculos IV a.C. e IX a.C. Entre os séculos IX e X, os toltecas invadiram essas regiões e dominaram a civilização maia. É a civilização mais antiga entre todas as pré-colombianas.

 

Organização e sociedade 

 

Nunca chegaram a formar um império unificado, fato que favoreceu a invasão e domínio de outros povos vizinhos. As cidades-Estado (independentes) formavam o núcleo de decisões e práticas políticas e religiosas da civilização e eram governadas por um estado teocrático. O império maia era considerado um representante dos deuses no Planeta Terra.


A sociedade maia era hierarquizada. A zona urbana era habitada apenas pelos nobres (família real), sacerdotes (responsáveis pelos cultos e conhecimentos), chefes militares e administradores do império (cobradores de impostos). Os camponeses, que formavam a base da sociedade, artesão e trabalhadores urbanos faziam parte das camadas menos privilegiadas e tinham que pagar altos impostos. 

 

Ruínas da cidade maia de Zaculeu

Ruínas da cidade maia de Zaculeu localizada, atualmente, na Guatemala.

 

 

Principais características da economia e agricultura:

 

 

Agricultura, caça e pesca


A agricultura era a principal atividade econômica dos maias. Os principais gêneros agrícolas cultivados pelos maias eram: milho, cacau, algodão, abacate, feijão, tomate, batata e frutas. Usavam técnicas de irrigação e mudavam constantemente seus locais de plantio. A técnica agrícola dos terraços era muito usada como forma de evitar a erosão do solo. As queimadas também eram usadas para abrir espaços na floresta para a prática da agricultura.

 

Como viviam em regiões de florestas tropicais, aproveitaram muito os recursos naturais oferecidos. Pescavam nos rios da região e caçavam animais de pequeno e médio porte para se alimentarem. Também domesticavam animais e criavam abelhas para a produção de mel.

 

Comércio


Os maias não desenvolveram sistema monetário, ou seja, não cunharam moedas. As trocas de produtos ocorriam com frequência entre os comerciantes das cidades. Como base de trocas eram usados produtos valorizados pelos maias como, por exemplo, sinetas de cobra, sementes de cacau, pedras de ouro e prata, plumas coloridas e conchas.

 

Existiam várias rotas de comércio, usadas pelos comerciantes, que ligavam várias cidades. Por elas, os comerciantes vendiam objetos de cerâmica, plumas, conchas, sal, sementes de cacau, roupas e outras mercadorias.

 

Propriedade e impostos


Embora a terra fosse coletiva, os nobres e grandes comerciantes usufruíam mais das propriedades. As famílias recebiam lotes de terra para plantarem e garantirem a subsistência e pagar os tributos ao Estado.

 

Para a construção e manutenção de estradas e templos, o governo cobrava impostos em espécie (mercadorias). O imposto arrecadado também era usado para o pagamento dos funcionários do governo. Algumas pessoas pagavam estes impostos em forma de trabalho.

 

Figura mostrando um pescador maia

A pesca também era uma atividade econômica muito importante para o povo maia.

 

 

Religião dos maias

 

A religião deste povo era politeísta, pois acreditavam em vários deuses ligados à natureza. Elaboraram um eficiente e complexo calendário que estabelecia com exatidão os 365 dias do ano.



Escrita

 

Assim como os egípcios, usaram uma escrita baseada em símbolos e desenhos (hieróglifos). Registravam acontecimentos, datas, contagem de impostos e colheitas, guerras e outros dados importantes.

 

Matemática maia

 

Desenvolveram muito a matemática, com destaque para a invenção das casas decimais e o valor zero.

 

Pirâmide maia de Kukulcán em Chichén Itzá

Pirâmide maia de Kukulcán em Chichén Itzá.



O contato dos maias com os espanhóis e consequências

 

A civilização maia entrou em contato com os espanhóis no início do século XVI, durante a era de exploração e colonização europeia. Conquistadores espanhóis, liderados por figuras como Hernán Cortés e Francisco de Montejo, chegaram à Península de Yucatán em busca de riquezas e para expandir o Império Espanhol. O primeiro contato ocorreu em 1517, quando uma expedição espanhola liderada por Francisco Hernández de Córdoba alcançou a costa maia. Embora os maias fossem guerreiros habilidosos, eles estavam fragmentados em cidades-estado, o que dificultava a resistência unificada contra os espanhóis. Por volta da década de 1540, após várias campanhas de conquista, a maior parte dos territórios maias estava sob controle espanhol.


As consequências do contato com os espanhóis foram devastadoras para os maias. Além da violenta conquista, a introdução de doenças europeias, como a varíola, dizimou a população maia, que não tinha imunidade a essas enfermidades. Os espanhóis impuseram suas estruturas sociais, políticas e religiosas aos maias, levando à destruição de muitos aspectos da cultura local. Apesar disso, os maias conseguiram preservar algumas de suas tradições e resistir à completa assimilação, levando a revoltas periódicas durante o período colonial. O impacto da colonização alterou profundamente a sociedade maia, moldando sua história por séculos.

 

 

 




Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).




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Bibliografia e vídeos indicados:

 

Fontes de pesquisa do texto:

 

Annequim, Guy. Religião e Ciência entre os Maias. In: A Civilização dos Maias. Rio de Janeiro: Otto Pierre Editores, 1977.


 Daniken, Erich von. O que teria acontecido em 11 de Agosto de 3114 a.C.?. In: O dia em que os deuses chegaram. São Paulo: Círculo do Livro, 1986.



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