Quem foi
Augusto dos Anjos foi um poeta brasileiro pré-modernista do começo do século XX.
Biografia resumida
Augusto dos Anjos nasceu em 20 de abril de 1884 na cidade de Sapé (Paraíba).
Teve interesse pela literatura já com 7 anos, quando escreveu seu primeiro poema.
Ingressou na Faculdade de Direito do Recife em 1903. Formou-se em Direito em 1907.
No ano de 1907, publicou seu primeiro livro com o título de "Eu".
Casou-se com Ester Fialho no ano de 1910.
Em 1911, Augusto dos Anjos mudou-se para o Rio de Janeiro em busca de melhores condições de trabalho e vida.
Foi promotor público e professor. Lecionou no Liceu Paraibano.
Sua obra “Eu e Outras Poesias”, foi publicada dois anos antes de sua morte.
Pouco antes de sua morte, assumiu o cargo de diretor do Grupo Escolar Ribeiro Junqueira, em Leopoldina (Minas Gerais).
Morreu ainda jovem (com 30 anos) em 12 de novembro de 1914, na cidade de Leopoldina (Minas Gerais). A causa de sua morte foi uma enfermidade pulmonar, provavelmente ocasionada pela gripe espanhola.
Principais características de suas obras e estilo literário:
• Suas poesias trazem marcantes sentimentos de pessimismo e desânimo, além de inclinação para a morte. Com relação à estrutura, pode-se dizer que suas poesias apresentam rigor na forma e rico conteúdo metafórico.
• Suas obras poéticas apresentam características do Simbolismo e do Parnasianismo, principalmente na forma (estética) das poesias.
• Poesias marcadas por fortes críticas à sociedade de sua época.
• Há uma forte presença do materialismo em sua poesia, onde a vida é frequentemente vista sob uma perspectiva biológica, mecânica e até desencantada.
• Presença de subjetivismo e pessimismo em suas poesias.
• Presença de maturidade e complexidade na fase final de sua produção literária. Nesse momento aproximou-se do movimento pré-modernista.
Augusto dos Anjos: foto de graduação em Direito. |
Principais obras de Augusto dos Anjos:
- Saudade (poema) - 1900
- Eu e Outras Poesias (único livro de poemas) - 1912
- Psicologia de um vencido (soneto)
- Versos íntimos
- Ao luar
- Eu - monólogo de uma sombra
- Agonia de um folósofo
- O morcego
- A ideia
- O lázaro da pátria
- Versos a um cão
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Eu e outras poesias (1912): principal obra de Augusto dos Anjos |
Exemplos de frases:
- "Que ninguém doma um coração de poeta".
- "O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja."
Exemplo de um poema de Augusto dos Anjos:
Psicologia de um vencido
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há-de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
Por Elaine Barbosa de Souza
Graduada em Letras (Português e Inglês) pela FMU (2002).
REIS, Zenir Campos. Augusto dos Anjos: poesias e prosa. São Paulo: Ática, 2015.
Vídeo indicado no YouTube:
AUGUSTO DOS ANJOS: O ÚNICO POETA PRÉ-MODERNISTA | Resumo de Literatura para o Enem - Curso Enem Gratuito