Seca no Nordeste: principais causas e consequências

A seca é um dos principais problemas que afetam o sertão nordestino.


Seca no Nordeste: falta de chuvas e solo seco
Seca no Nordeste: falta de chuvas e solo seco

 

Regiões atingidas



Ao contrário do que muitos pensam, a seca não atinge toda região Nordeste. Ela se concentra numa área conhecida como Polígono das Secas. Esta área envolve parte de oito estados nordestinos (Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe) e parte do norte de Minas Gerais. 

 

Principais causas da seca nordestina:



As principais causas da seca do Nordeste são naturais. A região está localizada numa área em que as chuvas ocorrem poucas vezes durante o ano. Esta área recebe pouca influência de massas de ar úmidas e frias vindas do sul. Logo, permanece durante muito tempo, no sertão nordestino, uma massa de ar quente e seca, não gerando precipitações pluviométricas (chuvas).



O desmatamento na região da Zona da Mata também contribui para o aumento da temperatura na região do sertão nordestino.




Principais características da região afetada pela seca:



- Baixo índice pluviométrico anual (pouca chuva).


- Baixa umidade do ar.


- Clima semiárido.


- Solo seco e rachado.


- Vegetação com presença de arbustos com galhos retorcidos e poucas folhas (caatinga).


- Temperaturas elevadas em grande parte do ano.




Fome e miséria: as principais consequências da seca



A seca, além de ser um problema climático, é uma situação que gera dificuldades sociais para as pessoas que habitam a região. Com a falta de água, torna-se difícil o desenvolvimento da agricultura e a criação de animais. Desta forma, a seca provoca a falta de recursos econômicos, gerando fome e miséria no sertão nordestino. Muitas vezes, as pessoas precisam andar durante horas, sob Sol e calor forte, para pegar água, muitas vezes suja e contaminada. Com uma alimentação precária e consumo de água de péssima qualidade, os habitantes do sertão nordestino acabam vítimas de muitas doenças.

 

Outra consequência é desemprego, que nesta região também é muito elevado, provocando o êxodo rural (saída das pessoas do campo em direção as cidades). Muitas habitantes fogem da seca em busca de melhores condições de vida nas cidades.

 

Estas regiões ficam na dependência de ações públicas assistencialistas que nem sempre funcionam e, mesmo quando funcionam, não geram condições para um desenvolvimento sustentável da região.

 

 

Bois mortos numa região atingida pela seca

Na pecuária, a seca provoca a morte do gado por falta de água e alimentação.

 


Setores da economia afetados pela seca:


1. Agricultura: A seca pode devastar as culturas agrícolas, levando a perdas significativas para os agricultores e potencialmente causando escassez de alimentos e aumento dos preços. O Nordeste é uma importante região produtora de alimentos, incluindo grãos, frutas e legumes.


2. Pecuária: A falta de chuvas prejudica o pasto para os animais, podendo levar a perdas na produção de carne e leite.


3. Aquicultura e Pesca: Rios e reservatórios com níveis baixos de água podem afetar a vida aquática, prejudicando a pesca e a aquicultura.


4. Energia: O Nordeste possui várias usinas hidrelétricas, e a falta de chuva pode reduzir sua capacidade de geração de energia, levando a possíveis racionamentos.


5. Abastecimento de Água: A seca pode causar escassez de água para consumo humano e industrial, impactando a vida cotidiana e a produção em diversas indústrias.


6. Turismo: A seca pode afetar negativamente o turismo, alterando a beleza natural de certas áreas, além de dificultar atividades como o ecoturismo e turismo de aventura.



Ações para diminuir o impacto da seca:



- Construções de cisternas, açudes (lagos artificiais) e barragens. Durante as cheias eles servem para garantir a irrigação do solo de uma área ampla. No período de seca, quando os açudes secam, o solo permanece umidificado, permitindo o plantio de alimentos.


- Investimentos em infraestrutura na região.


- Distribuição de água através de carros-pipa em épocas de estiagem (situações de emergência).


- Implantação de um sistema de desenvolvimento sustentável na região, para que as pessoas não necessitem sempre de ações assistencialistas do governo.

- Incentivo público à agricultura adaptada ao clima e solo da região, com sistemas de irrigação.

 

Foto mostrando a seca no Nordeste
Paisagem da seca no sertão nordestino




Transposição do rio São Francisco



A transposição do rio São Francisco é um projeto do governo federal que visa a construção de dois canais (totalizando 700 quilômetros de extensão) para levar água do rio para regiões semiáridas do Nordeste. Desta forma, ele já está reduzindo o impacto da seca sobre a sofrida população residente, pois facilita o desenvolvimento da agricultura na região. Em 2019, os eixos Leste e Norte foram finalizados.



A Seca de 2012 a 2017


A seca que atingiu o Nordeste no começo de 2012 foi a pior dos últimos 30 anos. A região mais afetada foi o semiárido nordestino, principalmente do estado da Bahia. Neste estado, cerca de 230 municípios foram atingidos. Municípios de Alagoas e Piauí também sofreram com a falta de chuvas. A seca trouxe muito prejuízo para as principais fontes de renda da região: pecuária e agricultura de milho e feijão. 



Você sabia?

 

A falta de chuvas também favorece as queimadas em matas e florestas, pois a vegetação fica mais seca, favorecendo assim o surgimento e propagação do fogo.



Saiba mais:

 

- Obtenha mais informações sobre a seca nordestina no site da EMBRAPA.

 

- Você sabia que o aquecimento global pode agravar a seca no Nordeste brasileiro?

 

 

 



Atualizado em 18/06/2023




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Bibliografia Indicada

 

Seca no Nordeste - desafios e soluções
Autor: Menezes, Edith Oliveira
Editora: Atual

 

Fontes de referência do texto:

 

- MORAES, Paulo Roberto. Geografia Geral e do Brasil – Volume Único. São Paulo: Editora Harbra, 2016.

- TERRA, Lygia. Geografia. Conexões. Estudos de Geografia Geral e do Brasil - Volume Único. Série Moderna Plus. São Paulo: Editora Moderna, 2014. 


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