Quem foi
Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho (nome completo) foi um dos mais importantes poetas da Literatura brasileira. É considerado também um dos mais importantes representantes do Modernismo. Ele pertenceu à Geração Modernista de 1922.
Biografia resumida
Este notável poeta do modernismo brasileiro nasceu em Recife, Pernambuco, em 19 de abril de 1886.
Teve seu talento evidenciado desde cedo quando já se destacava nos estudos.
Durante o período em que cursava a Faculdade Politécnica em São Paulo, Bandeira precisou deixar os estudos para ir à Suíça na busca de tratamento para sua tuberculose, que contraiu aos 17 anos. Após sua recuperação, ele retornou ao Brasil e publicou seu primeiro livro de versos, Cinza das Horas, no ano de 1917; porém, devido à influência simbolista, esta obra não teve grande destaque.
Dois anos mais tarde este talentoso escritor agradou muito ao escrever Carnaval, onde já mostrava suas tendências modernistas. Posteriormente, participou da Semana de Arte Moderna de 1922 (com o poema "Os sapos"), descartando de vez o lirismo bem-comportado. Passou a abordar temas com mais encanto, sendo que muitos deles tinham foco nas recordações de infância.
Além de poeta, Manuel Bandeira exerceu também outras atividades: jornalista, redator de crônicas, tradutor, integrante da Academia Brasileira de Letras e também professor de História da Literatura no Colégio Pedro II e de Literatura Hispano-Americana na faculdade do Brasil, Rio de Janeiro.
Este, que foi um dos nomes mais importantes do modernismo no Brasil, faleceu na cidade do Rio de Janeiro, em 13 de outubro de 1968, aos 82 anos.
Principais características do estilo literário:
• Poemas marcados por um estilo direto e simples. Ele rompeu com a linguagem rebuscada e formal típica da poesia parnasiana e simbolista, adotando um tom mais informal e acessível.
• Outra característica de seus poemas é a simplicidade lírica.
• O cotidiano foi um dos principais temas de suas obras. Abordou também temas como, por exemplo, a infância, a família, a morte, a consciência social e os amigos.
• Presença, em muitos de seus poemas, de sentimento de tristeza, de angústia e de mágoa. Muitos críticos literários relacionam essa característica com o fato do poeta sofrer com a doença da tuberculose. Logo, sua obra foi marcada também por sua própria biografia, com fortes influências de sua própria realidade. Nesse sentido, a ideia da morte é uma presença constante em seus poemas.
• A ironia é uma ferramenta frequente em sua obra, muitas vezes usada para criticar a sociedade ou para lidar com temas difíceis de maneira leve.
Manuel Bandeira: importante representante do Modernismo na Literatura Brasileira. |
Principais obras de Manuel Bandeira:
Poesias: Poesias, reunindo A cinza das horas, Carnaval, O ritmo dissoluto (1924), Libertinagem (1930), Estrela da manhã (1936), Poesias escolhidas (1937), Poesias completas, reunindo as obras anteriores e mais Lira dos cinquenta anos (1940), Poesias completas, 4a edição, acrescida de Belo belo (1948), Poesias completas, 6a edição, acrescida de Opus 10 (1954), Poemas traduzidos (1945), Mafuá do malungo, versos de circunstância (1948), Obras poéticas (1956), 50 Poemas escolhidos pelo autor (1955), Alumbramentos (1960) e Estrela da tarde (1960).
Prosas: Crônicas da província do Brasil (1936), Guia de Ouro Preto (1938), Noções de história das literaturas (1940), Autoria das Cartas chilenas, separata da Revista do Brasil (1940), Apresentação da poesia brasileira (1946), Literatura hispano-americana (1949), Gonçalves Dias, biografia (1952), Itinerário de Passárgada (1954), De poetas e de poesia (1954), A flauta de papel (1957), Prosa, reunindo obras anteriores e mais Ensaios literários, Crítica de Artes e Epistolário (1958), Andorinha, andorinha, crônicas (1966), Os reis vagabundos e mais 50 crônicas (1966), Colóquio unilateralmente sentimental, crônica (1968).
Antologias: Antologia dos poetas brasileiros da fase romântica (1937), Antologia dos poetas brasileiros da fase parnasiana (1938), Antologia dos poetas brasileiros bissextos contemporâneos (1946). Organizou os Sonetos completos e Poemas escolhidos de Antero de Quental, as Obras poéticas de Gonçalves Dias (1944), as Rimas de José Albano (1948) e, de Mário de Andrade, Cartas a Manuel Bandeira (1958).
Por Elaine Barbosa de Souza
Graduada em Letras (Português e Inglês) pela FMU (2002).
MOURA, Murilo Marcondes de. Manuel Bandeira. São Paulo: Publifolha, 2018.
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