Múmias do Egito Antigo

Os egípcios mumificavam os mortos pois acreditavam na vida após a morte.


Anúbis executando a mumificação
Anúbis executando a mumificação

 

O que é uma múmia?

 

Múmia é um corpo (de ser humano ou animal morto) que passa por um processo químico (embalsamamento) e físico (com uso de faixas de panos) com o objetivo de preservação.

 

Os egípcios da antiguidade foram os que mais se destacaram no processo de mumificação, que era realizada nos corpos de faraós, sacerdotes, integrantes da nobreza e até animais considerados sagrados.

 

Objetivo da mumificação no Egito Antigo



De acordo com a religião egípcia, a alma da pessoa necessitava de um corpo para a vida após a morte. Portanto, devia-se preservar este corpo para que ele recebesse de forma adequada a alma. Preocupados com esta questão, os egípcios desenvolveram um complexo sistema de mumificação.

 

Os rituais elaborados e as técnicas envolvidas na mumificação refletiam as crenças profundamente enraizadas dos egípcios na ressurreição e imortalidade, equipando o falecido com tudo o que era necessário para sua jornada além da vida.

 

Além disso, as múmias não eram apenas um meio de preservar o corpo físico, mas também serviam como uma conexão entre os vivos e os mortos. Acreditava-se que elas abrigavam o espírito do falecido, permitindo-lhes interagir com o mundo dos vivos e receber oferendas. Os túmulos elaborados, práticas funerárias e rituais em torno da mumificação destacavam a profunda reverência dos egípcios pela vida após a morte. O cuidado meticuloso na mumificação destacava a importância de garantir uma transição bem-sucedida para o além, onde o falecido continuaria sua existência em um reino de felicidade eterna e abundância.

 

O processo de mumificação:



O processo era realizado por especialistas em mumificação e seguia as seguintes etapas:



1º - O cadáver era aberto na região do abdômen e retiravam-se as vísceras (fígado, coração, rins, intestinos, estômago, etc.). O coração e outros órgãos eram colocados em recipientes chamados canopos. O cérebro também era extraído. Para tanto, aplicava-se uma espécie de ácido pelas narinas, esperando o cérebro derreter. Após o derretimento, retirava-se pelos mesmos orifícios os pedaços de cérebro com uma espátula de metal.



2º - O corpo era colocado em um recipiente com natrão (espécie de sal) para desidratar e também matar bactérias. Esse processo costumava durar entre 30 e 40 dias.



3º - Após desidratado, enchia-se o corpo com serragem. Aplicava-se também alguns “perfumes” e outras substâncias para conservar o corpo. Textos sagrados eram colocados dentro do corpo.



4º - O corpo era envolvido em faixas de linho branco, molhadas numa resina com propriedades conservantes. Os amuletos eram colocados entre estas faixas. 


Após a múmia estar finalizada, era colocada dentro de um sarcófago, que seria levado à pirâmide para ser protegido e conservado. O processo era tão eficiente que, muitas múmias, ficaram bem preservadas até os dias de hoje. Elas servem como importantes fontes de estudos para egiptólogos. Com o avanço dos testes químicos, hoje é possível identificar a causa da morte de faraós, doenças contraídas e, em muitos casos, até o que eles comiam. 



Graças ao processo de mumificação, os egípcios avançaram muito em algumas áreas científicas. Ao abrir os corpos, aprenderam muito sobre a anatomia humana. Em busca de substâncias para conservar os corpos, descobriram a ação de vários elementos químicos.

 

Ilustração mostrando egípcios realizando a mumificação

 Mumificação no Egito Antigo: grande importância religiosa (ilustração).

 


Curiosidades históricas:



1. Para transformar um corpo em múmia era muito caro naquela época. Portanto, apenas os faraós e sacerdotes eram mumificados.


2. Alguns animais como, por exemplo, cães e gatos também foram mumificados no Egito Antigo.

 

3. No Egito Antigo, Anúbis era considerado o deus da mumificação.

 

Múmia egípcia num sarcófago aberto

Múmia egípcia num sarcófago aberto (fonte: Museu do Vaticano).

 





Atualizado em 12/03/2024

Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).




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Bibliografia Indicada

 

O enigma das múmias
Autor: Sentinella, Davi E. / Cortes, Sandra Garcia
Editora: Novo Século

 

Fontes consultadas para a elaboração do texto:

 

- SANTOS, Maria Januária Vilela. História Antiga e Medieval. São Paulo: Ática, 1998.

- GUARINELLO, Norberto Luiz. História Antiga. São Paulo: Contexto, 2013.


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